Wednesday, 13 January 2010

A quest to forget

Conheço então a lucidez.

Agora não dá para descrever o sol, as frases não me saem ou se me saem, escorregam dos dedos com termos científicos, tenho sido a mortalha do lirismo.
Não há ondas, nem peixes ou luas dentro do aquário. Não há nada.
Chegará o dia em que meus dedos farão os gestos no ar sem que nada se parta, esses mesmos dedos escreverão aqui as palavras e nomes que me mutilam, como se criassem música sobre as teclas de um piano. O dia de hoje foi um pai severo, não me abraçou com ternura, não me levantou ao me ver cair, ficou em pé ao meu lado, de braços cruzados, um rosto impassível como uma lâmpada mágica à flutuar acima de mim sem nada iluminar. Deixei-me fitar suas botas azúis ou teriam sido vermelhas?, beijei meu braço, beijei o chão, falei em diversas línguas, frases desconexas, tentei dormir.
Minha febre não é mais letal, pareço esta fora de perigo. O olhar dessa chama surreal me transportar para outra página, para continuar no embalo. Eu sou tão bonita por dentro, mas gostaria de estar presa do lado de fora. Ser a errante navegante. A espuma que sumiu na praia. Que seja eterno e surja um eterno retorno à mim.
Meu olhos não se fecham, o que mais dizer? Serei feliz? Abrirei as portas do universo? Verei um dia, Angkor Wat? As minas do rei Salomão? Okinawa? Bangkok? Thimphu? Seu mais belo retorno?

Serei amada então?

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