Se fosse no cinema, numa carta, sei lá, um cartão postal! viria de muito longe, eu apertaria a rosa (vermelha, polida, destoante) contra o peito, jogaria meu chapéu para o alto, seus corações palpitariam excitados ao ouvirem a trilha sonora que indicaria meu triunfo, e assim, os créditos subiriam em frente à imagem de um céu de nuvens nervosas, nuvens de uma imensidão intransponível, quase sólidas como a terra amarga que reje o meu coração.
É desse lirismo que vivo, vivo como se fosse de vidro. Se eu não me encarcerar em sonhos remotos quebro de vez. É a maldição, é a posição dos astros, é destino meu, é a lei do retorno ou qualquer macumba na qual acredite. Falta de sorte, amigos.
Tenho ainda a noite, as estrelas, tenho o leve conforto de estar sozinha e só ter eu mesma para me ver . Vocês precisam compreender isso: não há nada mais seguro do que abraçar o chão e sofrer.
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