Monday 28 December 2009

To pretend

That's your inability; to accept fate. Fate is not your life written down on stone like you want to believe, is your life being guided around by whispers and uncanny coincidences that are thrown around you, you just like to pretend you don't notice.
You need to talk, then talk. I'm sure the walls will listen, they listen to it all. They're austere and complete like you wish you were.
Alright, shed a tear or a million ones, drown your sorrows in every bottle, don't eat for days, watch horrible films with miserable endings or miserably happy endings, walk around the room looking for a book that will keep you away from the answer, pretend you don't want to know, keep writing and writing until you can't tell love from dust, what else there is to do?

Everyday, at 6 am, you go to bed and dream about the open sea and that wave of fate that will help you drown. There's hope for you yet.

Saturday 19 December 2009

Fated

Não é noite que me chama, muito menos as luzes que despertam ao longe. É alguém de dentro que sabe a hora de todos os momentos do mundo. O destino me fez cega guardiã do tempo, à espera de uma essência ou sinal de vida vindo de muito além.
Minha hora é entre eu e o vento.
Na tontura real da vida, seleciono as informações mais tolas para definir as pessoas; minha avó mandou plantar jasmins debaixo de sua janela para sempre ter um quarto perfumado, o gato gosta de me ver tomando banho e se enrosca no tapete do banheiro quando tiro a roupa, a gata me lambe a minha mão em súplica quando está irritada, minha mãe passa o dia procurando coisas para fazer sempre esperando por algo que virá a seguir sem nunca se plantar em momento algum, a irmã mais nova entende minhas piadas, a do meio se ofende com elas, uma tia critica, a outra é criticada, aquela amiga gosta de cores indefinidas, aquela outra de cores intensas, aquele amigo ondula os braços no ar, mexe as pontas dos dedos devagar sobre teclas imaginárias sobre sua cabeça, aquela conhecida me corta em mil pedaços com o olhar, mas alivia isso com palavras doces e vagas, aquele conhecido me contorna inteira com o olhar e me fala como se eu não fosse nada. São tantas as espressões, as causas, faltas, livros, filmes e citações, o que escolher? Seria preferível deixar a sorte escolher por mim, deixar os astros, os números nas ruas, as cartas me indicarem o que ter, o que levar comigo e quem levar junto.
Seria mais confortável não ter que passar a vida me decidindo e sacrificando ou, simplesmente, não me importar, mas talvez seja o meu destino também enxergar além dos rosto e das palavras e sentir cada impacto e cada tombo, até os de outrem. E quem sou além de uma criatura reles e vil à pilhar ao redor desse pequeno universo? O que há em mim para questionar essas forças irracionais e implacáveis que tecem o tecido da vida e me prendem à sua rede? Essa leve humildade, essa quase falta de força de vontade é que me faz ser assim bem eu.

Friday 18 December 2009

A well-timed smile

Um plano que desbrava os horizontes.

A secura desse deserto, cada gota de estrela, cada tristeza bem pequena, tudo catalogado. Guardo o meio em volta, feito uma romântica, uma gótica, e justifico meios anseios e medo através das folhas e das tempestades.
O vazio que aconchego no peito é maravilhoso, tenho esses dias extensos e ocos que posso preencher com qualquer coisa, qualquer um pode ser dono do meu coração. Os conflitos de ter, ser, compreender, ouvir a voz que cala todo o resto, desaparecem na curva da estrada dessas águas impetuosas.
Levante os braços do jeito que fazem as árvores cansadas do parque. E sorria a paz de não ter paz ou peito para se quebrar.
As amarras irão se soltar, menina, você é grande demais para ser arrastada assim. Amanhã será um dia imenso, sirvar-se dele, não desperdice nenhuma sobra de nada, abrace quem tiver que abraçar, chore as lágrimas mais bonitas que esse mundo já viu e traga aquele sorriso, ah, aquele mais doído, você sabe, que faz a vida rolar.

Ulysses

summary :

I cannot rest from travel; I will drink
Life to the lees. All times I have enjoyed
Greatly, have suffered greatly, both with those
That loved me, and alone...
...I am a part of all that I have met;
Yet all experience is an arch where through
Gleams that untravelled world whose margin fades
For ever and for ever when I move.
How dull it is to pause, to make an end,
To rust unburnished, not to shine in use!
As though to breathe were life! Life piled on life
Were all too little, and of one to me
Little remains; but every hour is saved
From that eternal silence, something more,
A bringer of new things; and vile it were
For some three suns to store and hoard myself,
And this gray spirit yearning in desire
To follow knowledge like a sinking star,
Beyond the utmost bound of human thought...
...Come, my friends,
'Tis not too late to seek a newer world.
Push off, and sitting well in order smite
The sounding furrows; for my purpose holds
To sail beyond the sunset, and the baths
Of all the western stars, until I die...
...Though much is taken, much abides; and though
We are not now that strength which in old days
Moved earth and heaven, that which we are, we are,
One equal temper of heroic hearts,
Made weak by time and fate, but strong in will
To strive, to seek, to find, and not to yield.

– Alfred Lord Tennyson

Thursday 17 December 2009

The book I refused

As teclas voam, mas as horas se arrastam. Já calculo o tempo entre os cigarros e me recordo de como escrever deve ser fácil, senão não vale à pena. Bukowski entendia isso e teclava insandecidamente sobre uma sociedade para a qual ele dava pouco valor. Cada um na sua, o que para ele era simples, relatar sem rodeios o que ele via além de cada cena, para mim doe tudo, pouco sei do que sei sobre aquele mendigo e seu cachorro louco, aquela melancia podre no porta-malas do carro, aquele vizinho estranho que me observa da janela da sala, gostaria que fosse também simples recriar esses pequenos universos. Teclo e não sei mais se explico, os segundo me queimam, a confusão de precisar entender faz da minha escrita um desperdício de palavras rasas e pausas. Poderia falar dos outros, explicar os outros e parar de dentro de mim. Quem sabe amanhã, terei meu novo tema, serei esplendorosa, saborosa e rimada.


Serei um livro bem lido.

Saturday 5 December 2009


On the surface, simplicity. But the darkest pit in me is pagan poetry...



Signo de elemento terra. Segunda Casa, a das possessões. Planeta do Amor e todas as suas consequências grotescas. Touro.



Minha voz suprema não é ser, é ter. Ter para poder ser. Meus rituais são oferendas, são sacrifícios físicos. Não sei se os deuses compreendem isso, se aceitam minha rendição de posses como algo de genuína humildade, mas é tudo que sei. Eu tenho amor e não tenho amor, tenhos os olhares, sorrisos, os livros, os passos errantes em volta das horas, tenho a lua e a noite na vigília, tenho as palavras, as que roubo, as que esbarro e as quebro nas bocas dos outros. Tenho a tentativa fraca de cuidar da memória, guardar o retrato nítido, esconder a última nota, o último gemido no bolso.

Já quase não fico dentro da pele, meu sangue ralo corre devagar, desvia e desagua no grande vazio de mim, mantenho nas gavetas as peles que encontro em cima dos braços que me seguram, não me conseguem soltar, não são capazes de não me esbarrar, enquanto só quero estar ausente de mim. Quero ser sepultada em outros corações.



Talvez a maior dor da terra é ver seus filhos voltando à ela mortos. Enterre-me viva, que eu seja colada na palma da mão do mundo que pulsa aos meus pés, que ele seja meu também. Que daqui e para bem à frente daqui, eu seja a dona de minhas posses, que todas as minhas cores, ventos, lençóis, beijos, cada átomo de célula tenha um nome, um endereço, algo a que voltar. Que vá você para o inferno se não quer ser de ninguém, que eu contradiga a liberdade e diga que é minha, não sua. Sua voz ecoando no corredor é minha, suas águas violentas, suas folhas azúis, todo o vago sentimento de desapego da vida que você sente quando cai a tarde e tomba o seu rosto pra baixo, que isso seja meu também.



A mãe terra sussurra à noite às vezes, explicando como entendi tudo errado, todo taurino entende errado, ama errado, sonha errado. Nossas possessões são nossas mãos taurinas, nossos cascos, que temos que usar para enraizar coisas, tipo cebolas e feijões. Nada além. Temos que pegar os souvenirs de viagens que nossos parentes fizeram pela remota Ásia, nossos sapatos caros, telefones, blocos de notas com poemas bêbados, lanternas e perfumes e jogá-los nos trauseuntes, gritando e girando e puramente sendo sendo sendo e tendo assim o mundo... pra fora, pra dentro, derramado em todas as direções.

Wednesday 2 December 2009

Rotten

Do jardim vejo as luzes da cidade. Parece até que vivo em uma cidade, que por aqui há vida. Pena que só me sinto numa cidade quando há ambulâncias correndo e recortanto o trânsto das 19hs.


Desde criança me interessei somente pela vida anti-burguesa e isso nunca foi uma visão política das coisas, simplesmente, um interesse estético e talvez um pouco emocional.


Deitava no terraço da casa da vó e julgava em voz alta quais das estrelas já teriam morrido. Contava a mim mesma histórias sofridas com finais dramáticos cravados em pedras. Tudo muito rutilante e estrondoso. Admirava o perigo das ruas distantes que nunca veria, e o perigo sempre chamou a atenção por não ter retorno ou segundas chances. Somente nos extremos descobri a purificação do espírito.


Amo loucamente hoje em dia, com o desespero desmedido, extrapolado, com o coração nos pés e a cara amarga retorcida em um sorriso cinicamente auto-crítico. Sinto-me tola por ter tanto medo de tentar de novo. Ao mesmo tempo que me pego pensando se não morreria de tédio e desistiria de amar se fosse fácil.


Penso nos bares e noites escuras, nessa boemia catártica na qual não vivo. Penso em abandonar minha vida em algumas dessas ruas distantes, mas nunca aprendi como se chega nelas.


Olha, entendo que talvez eu perca, tenho todos os sintomas de uma perdedora terminal e não adianta escrever de uma maneira poética sobre essa merda, amor não é poético, amor é uma foda suja e cansativa e fantástica, o que eu quero ver é o sangue rolando. Vou à guerra pela guerra e já nem penso em qualquer túnel ou luz além. And that is that, my friend.

Tuesday 1 December 2009

Future reflections

Perder a essência das letras, isso é fácil. A cada 34 dias, as palavras transformam-se em meros símbolos impressos. A essência dos dias esvai-se logo em seguida, depois a música já não serve para nada, somente enxaquecas. Os rostos em volta diluem-se com as sombras, as palavras que tropeçam de suas bocas são como dois bastões de ferro entrando em choque, assustam-se, assim, rapidamente me afasto deste confronto horrendo. O que preciso agora é de um bálsamo da Amazônia, o óleo da vida, para me desintoxicar desse ar, dessa ausência do alguém, desse véu de palavras que descem sobre mim sem dó.


A lista de decisões para o futuro próximo hão de ser consideradas devido ao momento. Deixe-me ver, tenho então: me desapaixonar, desistir da universidade, aprender fotografia, aprender a dirijir e a gostar de vinho, aprender italiano, francês, sueco, islandês, koreano, alemão e russo, ler os livros do meu quarto, ler Proust, Miller, Woolf, Joyce, Eco, Bukowski e Abreu por completo, tomar sol, arranjar um emprego que pague mais de 600 reais... sérião, daqui pra frente, fazer coquetéis com ingredientes diferentes de vodka+alguma coisa doce enjoativa, passar a curtir o Natal, voltar a comer carne, change my taste in men, ir à festas no Lago Sul, atender telefones, comer mais do que 2 refeições por dia, e não, café não conta como refeição, voltar para Santa Catarina, cozinhar arroz, só arroz e não sopa de arroz, beber todos os dias até o Ano-Novo, entrar para um coral, aprender a andar de bicicleta e a fazer fantoches de meia.


Parece piada, e é um pouquinho, quando digo saber prever o futuro. Noto os sinais pelo canto do olho, pelo movimento do vento, pelo o quão forte aperto as unhas na palma da mão, e de repente, sei o caminho do dia. Mas cansei. Emurro as horas de olhos fechados from now on. Não quero mais saber da derradeira chance, do buraco negro da solidão, do cego desespero que grita por dentro quando a náusea me embala em seus abraços.


Só números imaginário agora, só respostas vãs.