Tuesday 29 September 2009

The horrible truth

I have to tell you something about nature, or let me put it this way: how nature seems to constantly interfeer with my moods and changes. It's always there, all-ways. That makes me sound a bit barmy, I know, I know, Iknow. I know how people whisper, it makes me want to fork their throats, I've heard how they say these nasty, spiteful things about me, that I'm a bore because I'm always going on and on about the weather, or that I'm crazy for talking to the furniture. Well, I can't help it, they talk to me, I would have been most impolite for not returning their comments, wouldn't you say? Anyway, this happened yesterday evening: I was chasing my own shadow, watching it multiply itself, playing by myself in that quiet darkness of the yard, when a tree stopped me, it wouldn't let me through.



Silly! Oh my! Such a weakling thing, so meek and ridiculous. You should have climbed it, that's how you tame it.



Oh, nononononono... But it was too tall, you can't possibly image how tall, so that's why I tried to go 'round it, but there was yet another tree there, blocking my way out, the whole pathway was filled these gigantic trees and their horrible arms. You don't understand, my dear friend, how troublesome a tree can be.



Young girl, but I most certainly can, for I myself was once a tree as well.



You don't say. How can that be?



Oh, I say and If I understood what made a tree a tree, a tree I would not have been.



That doesn't make any sense! And how come you are a human now, all limbs and torso and head and eyes, I can even see your feet! You're trying to make a fool out of me, aren't you? Well, I may be mad, but I'm no fool, hencefoward I shall not believe a word you say.



Not so fast, my girl. Won't you at least let me tell you my story? It was quite an adventure...



Maybe...



Say yes.



Oh, no. That's the most dangerous of all words. People don't really want to know things... we don't care to know, in the grand scheme of things, who we really are. We just want to lay on a comfortable pillow and drink the best wine. Humans fear their humanity and all its possibilities. They attach themselves to casualness and banality, it makes life easier to bare. You just gave me a possibility and I have to admit to you, my friend, there's nothing more tragic in this world than freedom.

Saturday 26 September 2009

Softly goes to sleep

As limas-da-pérsia estão com câncer, hão de estar. Seus gemidos perturbam o meu equilíbrio. Como a vida não se cansa dessas patéticas repetições de cenas? O que posso fazer dessa vez que não fiz da última? Não me respondem mais, suas cabeças pesadas balançam com o vento num vai-e-vem cansado. Volta e meia uma cai do pé, rola para um canto, desaparecendo entre as folhas secas. A vida das coisas mudas é infinitamente mais complexa que a nossa. As limas-da-pérsia sepultam a si mesmas, amputam-se da árvore, e ó, como são superiores esses seres.
Em contrapartida, nós sempre necessitamos das mãos alheias, somos frágeis continentes partidos, tudo nos falta, tudo se precisa, já o limoeiro é um universo completo e cada folha, fibra, fruto sabe a hora de se deixar cair.

O jardim morreu quando a casa morreu, eram irmãos. Gosto daqui. As coisas mortas se espalham, as coisas mortas se agarram a tudo, se enroscam às janelas, me fazem tropeçar. Frutos podres, flores secas, traças, traças, mamões brancos, um pântano como um ferida exposta salpicado de moscas e suas larvas, seus monstros rastejantes. A lente vira de um lado para o outro aflita, não sabe que cena guardar. O rolo está no fim; sacrifícios terão de ser feitos.

O que houve com o jardim para enlouquecer depois de morto? Talvez tenha crescido tanto para cobrir a casa, dar-lhe uma sepultura digna... talvez seja essa sua verdadeira natureza, que durante anos foi podada e mantida em cativeiro... ou talvez seja essa a jornada da morte: corredores de limas e mamões e frutas-do-conde, do duque e do marquês, cactus floridos e mais nada.

Assaltando minha próprias palavras, repito algumas frases antigas: Adormeço embalada pelo som de ondas escondidas em conchas. Às vezes o sono vem fácil. Acordo atada à mesma linha invisível e indivisível. Não vou sair daqui ou recuperar o fôlego. Se assim há de ser, entendo. Não pense que não entendo. Não estou reclamando, estou lhe lembrando. É assim dessa maneira tão natural e plena que me perco. Curar não vem ao caso... Para mim só se vive sonhando, sorrindo sonhando, piscando, piscando, piscando.


Good night, Neptune sky.

Tuesday 22 September 2009

I wish for things which will destroy me in the end





... ou como abarcar o amor dos outros junto ao peito até que ele se torne um emaranhado de galhos distorcidos ao seu colo.



É tudo culpa do ascendente em escorpião, estou lhe dizendo, garota. Você deveria ter nascido 15 minutos mais tarde, pois um ascendente em sagitário não teria feito de você uma criatura tão cínica, amarga e sinistra. Você só fala de sangue e sexo, de dor. Largue esse J.G. Ballard esculpido em seu seio. Essa obsessão com Guerras, com esse deserto de almas, com o fim dos tempos. Essa mania de quebrar coisas ou provocar os outros ou de ficar parada, ridícula, jogada em algum canto, enquanto o relógio rodopia, só para ver "qualé", como você diz. E ainda inventa desculpas para cara erro, para cada falso aquário, seu mundo é uma empulhação, guria. "Mas é que meu coração é um esqueleto, é vertical, sentimentos vazam direto", "Mas é que minha criatividade é um poço seco, é um deserto agora, estou tão cega, tão irrevogavelmente sem direção, as luzes do meu mundo se apagaram e é tão difícil aceitar que todos veem o quadro, as cores, o motivo e eu não", "Mas é que só sei contar a vida, vivo do 7 para o 9 para o 4 e o 22, não sei ler, não sei o que são essas letras que escrevo, que me condicionam a continuar a escrever, não quero letras, acho que no fundo, nem quero os número, quero imagens, quero que meu universo inteiro seja feito de retratos". Bah, que bah e bah de merda, cala a boca, por favor. Vai estudar, tome um rumo.



Cale-se. Meu rumo é o fundo. É o ponto mais fundo, meu rumo é a lama. Eu quero um novo tema, quero o sangue novo, quero que essa vontade de cortar algo, de esmigalhar com a ponta dos dedos, de correr em círculos, de devorar os outros, volte a mim e destrua tudo. Eu sou a essência do mundo, estamos todos perdidos. Não preciso nem olhar para você para saber o que quer, não preciso olhar para nada para saber aonde ir, mesmo que não deva ir, não deva desenlaçar o que há entre nós, pois sou a raiz, sou o vaso primordial, sou o que lhe mantém em pé.


Me, I'm your fucking foundation and I can sever you up, I can tear you apart.




Mas vez em quando me pego a pensar: se o amor é a base que sustenta o mundo, por que vivo perdendo o equilíbrio?

Sunday 13 September 2009

In my ears and in my eyes

Um ode à irresponsabilidade.


Onde foi que eu meti mesmo? Ah, aqui está:


Fotografia de canos e pedras e coisas miúdas que rastejam à sua volta. Fotografia de rostos e gatos na encosta. Fotografia de distâncias e tempos e climas, de cantos e encantos. Fotografia de livros e crianças e mendigos e de galhos tão longos que sem-volta. Fotografia de um céu quase vertical, quase um cartão-postal, pena que as cores eram outras. Fotografia de coisas que falam muito e outras que não dizem nada. Fotografia de uma cama vazia, olhos opacos e sorriso sem dentes. Fotografia de uma música, meio que uma sinestesia momentânea, mas os olhos meus são os únicos que escutam. Fotografia de letras e mais letras, inúteis todas elas, como são tolas as palavras, os significados e as possibilidades da escrita e da fala, quando o mundo inteiro em volta te pede, te chama, proclama seu nome em silêncio por esses corredores infinitos da alma. Mas calma, mas calma, pois num piscar de olhos, os seus e os meus olhos, de repente se desencontram e tudo muda e nada do que tenho aqui, nem essa foto aqui de um sapatinho mágico de vidro bem aqui, trará de volta aquela imagem sua ao telefone, aquela que esqueci, aquela que faltava para fechar esse ciclo e trazer de volta a foto que perdi, aquela de um prato branco limpo, seu rosto refletindo nele.

Friday 11 September 2009

About need and desire

Essa é a mágica do café; traz a coceira nervosa de escrever novamente. As palavras vão entrando, substituindo as imagens vazias e intraduzíveis de sua mente. A vontade é de ler tudo, de saber de tudo, de não duvidar se o que você escreve não será compreendido.


Um dia, o café, o cigarro e o álcool não serão nada pra mim. Serei plena em meu desejo de ser, estar e fazer, sem influêcias exteriores. Por agora, os tenho como meus dispositivos de ataque. Não, não de ação, de ataque, da vontade de ir em cheio ao que me apavora.


É melhor ter essas batidas oscilantes e olhar vidrado do que ficar deitada na cama o dia inteiro tentando se convencer que há um bom motivo para sair dali.


Somos o que somos onde estamos, onde estamos. O que mais preciso é ser tudo o tempo todo e tentar entender, mesmo sabendo que entender as coisas não abre as portas do universo.


O que eu queria é achar alguém que também não é nada, que não sabe se entregar, que se perde ao ouvir a voz dos outros, ao olhar nos olhos, que se enrosca todo tal qual um gato ao lembrar da palavra que faltava, se embrulha inteiro ao ter que explicar porque agora não dá, deixa pra depois.


Não posso predizer o que me fará feliz, só sei o que me mata, mas nem isso consigo evitar.


“E recomeçar é doloroso. faz-se necessário investigar novas verdades, adequar novos valores e conceitos. não cabe reconstruir duas vezes a mesma vida numa só existência. É por isso que me esquivo e deslizo por entre as chamas do pequeno fogo, porque elas queimam - e queimar também destrói." - Caio Fernando Abreu

Thursday 10 September 2009

The big big boom of the soul

Conheço a fraqueza da fome, não como Gandhi ou Bukowski, não, não, algo mais visceral. Uma fome com um propósito que é deveras incompreensível aos rostos perplexos em volta. é um desmontar de espírito voluntário em nome dessa voz primitiva que há em nós, coisa que nenhuma língua humana é capaz de expressar.


A fraqueza de espírito de agora remete-me a esse mundo, em especial, porque como comida alguma conseguiu me curar, cama nenhuma irá sanar esse sono.


O que sei da vida é antigo demais. Tenho tanto para contar, mas a presença alheia atrapalha-me as palavras, perco-me entre as vírgulas, não encontro a saída. Os poços que guardo em mim, essas curvas oblíquas, são todos caminhos sem volta. Por favor, corta-me de mim.


I'm on the edge of scrapping out the last pieces of my soul and giving it all to the world, to the sea of anonymous souls out there, so beyond my sea.

Wednesday 9 September 2009

Full of plenty

"...I saw my life branching out before me like the green fig tree in the story. From the tip of every branch, like a fat purple fig, a wonderful future beckoned and winked. One fig was a husband and a happy home and children, and another fig was a famous poet and another fig was a brilliant professor, and another fig was Ee Gee, the amazing editor, and another fig was Europe and Africa and South America, and another fig was Constantin and Socrates and Attila and a pack of other lovers with queer names and offbeat professions, and another fig was an Olympic lady crew champion, and beyond and above these figs were many more figs I couldn't quite make out. I saw myself sitting in the crotch of this fig tree, starving to death, just because I couldn't make up my mind which of the figs I would choose. I wanted each and every one of them, but choosing one meant losing all the rest, and, as I sat there, unable to decide, the figs began to wrinkle and go black, and, one by one, they plopped to the ground at my feet. "
Sylvia Plath - The Bell Jar (1963)

Saturday 5 September 2009

Calling out for rain to leave the skies down in the lowlands

This, now this is our youth.
Nenhum detalhe será polpado de nossa memória sedenta, pois engolimos tudo que podemos o mais rápido que conseguimos, precisamos de cada pedaço, até os pedaços mais cruéis cujas pontas são sempre afiadas demais. Por one vamos, o ar parece pedir mais ar, a terra mais terra, mais vida, uma larga vida e mas que coração alto, altivo e sem remorso!
Se pudéssemos seríamos pássaros, você e eu, voando desesperadamente para os recantos mais remotos da terra, assim então atravessaríamos todas as fronteiras de todos os países com suas cidades inúteis, suas guerras das quais só sobram os vencidos e desesperados, suas pessoas barulhentas e enfadonhas que jamais entenderam que voar é mais implacável que qualquer sonho que possam ter. Atravessaríamos ainda as densas florestas do extremo oriente, planaríamos através dos profundos mares do sul, furaríamos o céu dos desertos e das tundras, dormiríamos nas árvores mais altas, comeríamos os vermes mais gordos, seríamos tão esplendorosos e valentes, com nossa plumagem de ouro e olhar sagaz, que o vento sussurraria nossos nomes quando passásemos... ah, se fôssemos pássaros. Mas não, como humanos temos os pés nessa terra e nesse vida que não nos larga até terminar de sugar todo o nosso espírito pra fora. Nossos livros pesam tanto, nossas costas reclamam nos menores dos esforços, nossos olhos se fecham quando cansam, exaustos de ver tanto e compreender tão pouco.
Ofereço-lhe aqui, ó criatura incansável, meu segundo eu, um pouco de meu fardo também, assim como um pouco do seu que você me ofereceu...

Ora, se for para afundar nessa terra, que estejamos juntos.