Wednesday, 10 February 2010

Cowboys

Curvas de rios vivos, desvios.
Pássaros cegos na luz da manhã e seus voos insólitos.
A solidão, meu carro-chefe, é que me trouxe aqui.
A morosa música que ouço ao longe
Flutua baixo ao despenca a noite
Em meu desfiladeiro abissal
Diferente das verdades que conheço.

Tudo é só. Um só.

Um só cavalo, apenas um sol acima de meu chapéu, um caminho, uma voz, talvez uma águia como guia. Minha visão, muito fraca debaixo desse fogo, dessa brancura crua, sem remorso, percebe a loucura de ser, mas não estar.
Dispenso as flores, as cortesias, as promessas. Meu espírito é frágil, mas a resolução continua a mesma. Frente à frente à frente. Sei o que sei e o que sobra disfarço em frases curtas.
Quando perder o medo do oceano que trago comigo - quando entender que não é um deserto que carrego, esse deserto apenas finjo que carrego, na verdade é um mar; nenhum cavalo nada ali, nenhum chapéu fica onde está. Sou um abismo da alma. -, entenderá que uma concha não precisa de pérola para ser jóia e que meu coração é pequeno, ah, pequeno o suficiente para guardar.

A coragem de cada sol levo no peito, até o fim do mundo.

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