Ah, all you need is a little bit of drama to spark things in motion.
Os dias são distantes e arrastados, então ter que cuidar de todas essas coisas por aqui, mesmo as mais complexas, não cobre todas as horas. Fico sobrando pelos cantos, atravessando a casa à toa, esperando o próximo momento.
É difícil escrever. Minhas frases estão curtas, todos os pensamentos incompletos. Não tenho conseguido ler nada, as palavras me escapam fácil, novas ou antigas. Sinônimos, nomes de pessoas, músicas, vocabulário de japonês e como se soletram certas palavras. Coisas que fiz e que disse.
The most basic human condition of this century is the most fortunate of all; to forget.
Pequenos terrores diários trazem tão pouco significado. Estou mal acostumada, é isso. Só consegui viver até hoje com o coração estalando, quase a ponto de engasgar, a cara amarga e retorcida, torta e irreconhecível.
Minha vida era chutar portas, com as mãos para o alto, punhos cerrados, tão absolutamente indignada, porque tudo sempre poderia ter sido melhor e mais o honesto e as pessoas pareciam nunca tentar o suficiente.
É por essas e por outras que volta e meia me bate um sono do mundo, um cansaço. Ouço os burburinhos vindos da cozinha me envolverem, os embalos da cidade me escurecerem, e é para mim como se as pessoas de repente se tornassem iguais à cor da parede, aos móveis da sala, iguais às copas das árvores.
Tento achar o que falta em mim nos outros, mas as notícias são velhas, não quero nada disso. Tento achar em mim, mas estou saturada de mim. Sou um rascunho de mim mesma e essas malditas palavras me agarram, não me soltam, nunca me deixam em paz.
Dormir é inútil, o que eu quero é a vigília da noite, aquele estado semi-cerrado, me arrastar pela casa e tentar me convercer de não não sair a porta afora sem olhar pra trás, tenho que me convercer que sou uma vaca ingrata e medrosa e que não mereço tentar algo assim... apesar de sempre afirmar; ninguém merece nada.
Viajei, mudei, voltei, empilhei mais textos, me frustrei mais, me irritei tanto com tão pouco. Nada. nada nada. Ballard morreu e não senti nada. Esqueci o show da minha vida. Uma espinha, um gato novo, algumas fotos, recortes de jornal, cds novos. O que fazer com tudo isso?
Não é nem o futuro que me preocupa, é o eterno presente que nunca muda não importa onde eu vá, o que eu pense e o quanto eu mude.
Mas quando eu voltar para a estrada onde todas as novas coisas se iniciam, espero encontrar...
"My darling, but why? When there is so much more, there is so much more
Do you know there are spaces open and wide?
Believe me, there are days longer than nights
And you will be happy the minute you try
So won't you try?
Won't you try?" - Bright Eyes
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